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O PIB é um indicador extremamente importante na mão do planejador, mas há outros indicadores que deveriam ser considerados. O problema é que não incluímos mais indicadores porque acompanhá-los fica extremamente pesado, difícil de ser realizado em tempo hábil. Acredito que teremos que continuar a mensurar o PIB, a sua distribuição, mas precisaremos introduzir indicadores sociais sobre a geração de oportunidades de trabalho decente. É necessário, também, incluir critérios ambientais, pois uma questão é acelerar o crescimento do PIB através de uma apropriação destrutiva dos recursos naturais, o que pode render um resultado positivo durante um, dois ou três anos, mas depois a conta a se pagar é enorme.
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Acredito que os futuros historiadores vão dizer que a Eco92 aconteceu na contra mão da história porque era o momento de inclusão da União Soviética e, também, o momento em que o neoliberalismo estava na crista da onda. Nessa oportunidade as propostas que precisavam de um protagonismo maior dos Estados ficaram um pouco no ar. Hoje, é muito difícil continuar dizendo que os mercados sabem o que é melhor, que os mercados podem se autogovernar. A crise, portanto, nos permite recolocar com força a ideia de que as soluções passam por estratégias a longo prazo nas quais o protagonismo do Estado desenvolvimentista é muito importante. A Rio+20 é o momento para um diálogo quadripartite onde os Estados, os empresários, os trabalhadores e a sociedade civil têm a oportunidade de organizar uma nova sociedade.
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